quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Flávia Perez

Especiaria

À espera submarina
do peixe-dos-terremotos,
ela sonha seus versos toscos:

alegorias escondidas
em margaridas sulferinas
e antigos signos mortos.

Lá no fundo do barco,
nos porões do que foi,
estão seus olhos de ontem.

Esses velhos marinheiros
repetem o fog sob os cílios.

Incrustados,
não reconhecem cenário,
pátria, ilha ou parada,
nem quando veem os filhos.

Com lentidão de sereia,
a mulher que desveste o espelho
à boca soma acalantos.

E guarda que nela se afoguem
outros lábios vermelhos,
inchados
de tanto prazer e pranto.

Flávia Perez

1º lugar no XII Prêmio Cidadão de Poesia, 2009, Limeira/SP

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A lua cheia de beleza e luz É fase bela e misteriosa Por que será que a tantos seduz ? Talvez porque tão decantada em prosa. Lua minguante, fase tão modesta Que míngua a dor do que acredita nela. É lua boa e não se manifesta Como uma fase que aparece bela. A lua nova, clara e brilhante, Sempre renova a fé de algum mortal; É lua limpa, não tem semelhante Visível em todo plano sideral. Lua crescente, cresce a esperança, De vida boa, com fartura e paz. Com fé na lua, toda graça alcança, Quem, com trabalho, seu destino faz. Dizem que a lua influencia a vida, Sendo a raiz dessa crença remota. Há quem afirme ser crença vencida, Mas contestá-la se torna idiota...

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