quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Grito dos Excluídos 2011



Frei Betto: Grito dos Excluídos 2011

Rio - Há 17 anos a Semana da Pátria é dedicada à manifestação popular conhecida como Grito dos Excluídos, promovido pela Pastoral Social da CNBB, Comissão Pastoral da Terra e outros movimentos e instituições.

O lema do 17º Grito é “Pela vida grita a Terra... Por direitos, todos nós!”, que associa a preservação ambiental aos direitos do povo brasileiro.

O salário mínimo — R$ 545 — equivale à metade do valor de compra de quando foi criado, em 1940. Segundo o Dieese, para atender às necessidades básicas de uma família de quatro pessoas, conforme prescreve a Constituição, o mínimo deveria ser de R$ 2.149,76.

As políticas sociais do governo são importantes, mas não suficientes para erradicar a miséria. Isso só se consegue com distribuição de renda.

A população pobre do Brasil é estimada em 16 milhões de pessoas. Dessas, 59% vivem no Nordeste. Dos que padecem pobreza extrema no Brasil, 51% têm menos de 19 anos e, 40%, menos de 14. O desafio é livrá-las da miséria, dando-lhes educação e profissionalização de qualidade.

Um dos fatores que impedem nosso governo de destinar mais investimentos aos programas sociais e à educação e saúde é a dívida pública. O Grito dos Excluídos propõe, há anos, uma auditoria das dívidas interna e externa.

Há um aspecto da realidade brasileira que atende à dupla dimensão do lema do Grito deste ano: a reforma agrária. O Brasil tem margem para uma ampla reforma agrária, sem prejuízo dos produtores rurais e do agronegócio. Com ela, todos haverão de ganhar — o governo, por recolher mais impostos; a população, por ver reduzida a miséria no campo; os produtores, por multiplicarem suas safras e rebanhos, e venderem mais aos mercados interno e externo.

Frei Betto é escritor, autor do romance ‘Minas do Ouro’ (Rocco), entre outros livros.

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A lua cheia de beleza e luz É fase bela e misteriosa Por que será que a tantos seduz ? Talvez porque tão decantada em prosa. Lua minguante, fase tão modesta Que míngua a dor do que acredita nela. É lua boa e não se manifesta Como uma fase que aparece bela. A lua nova, clara e brilhante, Sempre renova a fé de algum mortal; É lua limpa, não tem semelhante Visível em todo plano sideral. Lua crescente, cresce a esperança, De vida boa, com fartura e paz. Com fé na lua, toda graça alcança, Quem, com trabalho, seu destino faz. Dizem que a lua influencia a vida, Sendo a raiz dessa crença remota. Há quem afirme ser crença vencida, Mas contestá-la se torna idiota...

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